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domingo, 14 de setembro de 2008

Acelerador de partículas pode produzir buracos negros


NOTICIA 1


O LHC é o maior acelerador de partículas já construído e entrará em operação em maio. Uma das coisas interessantes que ele deverá produzir são micro buracos negros. A foto que dá uma idéia do gigantismo do colisor.
LHC é a sigla para Large Hadron Collider ( Grande Colisor de Hádrons) e está localizado na fronteira entre Suíça e França. O acelerador é de propriedade do CERN.
Dimensão
O LHC é composto de um anel com 27Km de extensão (8,6Km de diâmetro) e está enterrado no solo a uma profundidade média de 100 metros. Ele irá acelerar prótons a velocidades próximas à da luz até colidirem e destas colisões espera-se chegar a respostas sobre a origem do universo. Fiquei impressionado pela foto acima que é apenas de um dos detectores do LHC, é algo realmente gigantesco e supera tudo o que já vi em filmes de Ficção Científica na sua grandiosidade e complexidade. Clique na foto para ver em alta resolução e se impressionar também.
O que se busca
A principal busca é pelo Bóson de Higgs, uma partícula que pelo modelo padrão da física deve ser a responsável pela massa de toda a matéria que existe no universo (e por conseguinte a gravidade). Esta partícula é tão importante que é chamada de Partícula de Deus. Micro buracos negros e monopólos magnéticos também estão entre o que se espera produzir por lá. Mais detalhes podem ser conseguidos clicando nos links fornecidos neste artigo e também nos endereços de referência abaixo, inclusive um modelo 3D para o Google Earth e um vídeo.






NOTICIA 2


Maior acelerador de partículas do mundo tem participação do Brasil


O LHC, instalado entre a França e a Suíça, será ligado nesta quarta (10).Físicos brasileiros participarão da análise de dados de dois detectores.

Técnica checa conexões no interior do túnel subterrâneo do LHC (Foto: Cern)
A ativação do LHC -- maior acelerador de partículas do mundo --, nesta quarta-feira (10), terá um sabor especial para o Brasil. O projeto multibilionário contou com a colaboração de cientistas brasileiros. Não existem componentes nacionais nos detectores que compõem o complexo gerido pelo Cern (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear). "Em vez de produzir elementos para um detector lá, optamos por participar trabalhando com processamento, aqui", disse ao G1 Sérgio Novaes, físico da Unesp (Universidade Estadual Paulista) que coordena o grupo que trabalhará com os dados do acelerador de partículas europeu.

Entenda o que é e o que fará o LHC Dessa maneira, a participação brasileira se envolve bastante com a produção científica do LHC, mas também cria recursos de computação em solo nacional que poderão ser usados para outros fins. "Estamos dotando o estado de São Paulo de uma completa infra-estrutura de 'grid'", afirma Novaes, destacando o sistema de processamento paralelo que envolve a montagem de uma rede superpotente de computadores para lidar com os copiosos dados fornecidos pelos detectores do acelerador de partículas.

Dupla participação

A rede de processamento brasileira, denominada Sprace (Centro Regional de Análise de São Paulo), trabalhará principalmente com dados do experimento CMS -- trata-se de um detector de grande porte instalado no anel do LHC que é considerado de "uso geral". Cabe a ele colher dados sobre todas as partículas produzidas pela colisão de prótons, para que os cientistas possam então identificá-las. Existe também a possibilidade de que os brasileiros analisem dados coletados pelo detector Alice -- um experimento que tem por objetivo observar condições similares às que o universo tinha pouco tempo depois do Big Bang, a grande explosão que teria dado origem ao cosmos como o conhecemos. A principal motivação para a construção do LHC -- a um custo de, por baixo, 3 bilhões de euros, e há quem diga que está mais para 10 bilhões -- foi a busca pelo chamado bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula prevista pelo chamado modelo padrão, teoria que descreve as relações entre todas as partículas que compõem a matéria e a energia no universo. Para Sérgio Novaes, entretanto, a expectativa maior será a de não encontrá-lo. "Eu espero que o novo surja, que o diferente surja, que a natureza se revele nesses novos experimentos, num nível de energia nunca atingido antes", diz. Caso o Higgs não apareça, será preciso descobrir de que outra forma as partículas do modelo padrão adquirem sua massa. E outro campo potencialmente interessante é o dos fenômenos que ainda não são nem marginalmente explicados pelo modelo padrão: a matéria escura e a energia escura. "Não, o modelo padrão não diz absolutamente nada sobre isso", afirma Novaes. "São descobertas muito novas, ainda precisam ser devidamente assimiladas. Mas, claro, podem surgir coisas novas no LHC que expliquem isso. Talvez seja possível matar dois coelhos de uma vez só."






NOTICIA 3

Adolescente se mata por medo de Big Bang do LHC


Educação é tudo! Ciência é tudo em segundo lugar! Eu falo que falta de informação científica pode prejudicar diretamente a vida das pessoas… Segundo a agência Reuters da América Latina, uma adolescente indiana se matou ontem traumatizada. Leu que o LHC irá recriar minúsculos buracos negros e que isso poderia significar o fim do mundo.
Chayya tinha 16 anos e morava no estado de Madhya Pradesh. Tomou um pesticida. Em seguida, foi levada a um hospital, mas faleceu rapidamente. Seu pai disse que ela ficou assustada com as previsões fatalistas de alguns telejornais do local. Na Índia, milhares de pessoas foram rezar em templos, enquanto outras saborearam seus pratos favoritos antes de “morrerem” devido ao Big Bang. Leia notícia em espanhol aqui.
Concomitantemente, o site alemão Deutsche Welle publica entrevista com o norte-americano Frank Wilczek, Prêmio Nobel da Física e professor no Massachusetts Institute of Technology (MIT). A entrevista inteira está aqui - não se preocupe, em português. Veja trechos interessantíssimos que selecionei:
“Os meios de comunicação confirmam que o senhor recebeu ameaças de morte em relação ao projeto LHC. Por que estas ameaças se dirigem especificamente ao senhor, e não a outros cientistas? ‘Não estou seguro de ser o único. Há temores distintos quanto aos desastres que o LHC poderia causar. (…) Assim, de alguma maneira me transformei num símbolo para alguns e considero uma pena que as primeiras perguntas da mídia se refiram precisamente a estas ameaças. O LHC é um projeto científico emocionante, e me envergonha um pouco toda esta celeuma.‘
Como explica o tom marcadamente emocional com que se tem recebido o projeto? ‘Em geral, o ser humano teme o desconhecido. (…) Também é certo que, desde o final da Segunda Guerra Mundial, a gente associa os cientistas com temas como a bomba atômica e a era nuclear. O que nós, físicos, fazemos é algo muito diferente, mas as pessoas fora do campo científico não diferenciam estes detalhes. Aqui não está em jogo a construção de nenhuma bomba. (…) Buracos negros pequenos e grandes são coisas basicamente distintas. Os que se poderiam produzir no LHC são muito menores do que um átomo, ainda menores do que um simples próton, e absorvem menos energia do que um grama de matéria. Ademais, são totalmente instáveis, vibram por um lapso muito mais curto do que um segundo. Nós os chamamos ‘buracos negros’, porém nada têm a ver com os que seriam capazes de absorver tudo ou produzir algum tipo de catástrofe.’”
E ontem eu ainda conversava com conhecidos - mesmo papo que já tive com uma física renomada… Se o LHC não confirmar o Bóson de Higgs - leia post anterior - os cientistas ficarão frustrados. Mas, tudo bem, terão que fazer mais pesquisas, outras e de nova direção. Se o “achado” se confirmar, ótimo, o dinheiro investido teve retorno imediato. Se, ao colidir as partículas não acontecer nada de espetacular - o que seria impossível - aí sim os cientistas irão querer se matar. Porém, sempre, forever and ever, um experimento dessa magnitude traz inovações tecnológicas e mais perguntas. Que, alguém, sempre tentará responder.

http://xisxis.wordpress.com/2008/09/11/adolescente-se-mata-por-medo-de-big-bang-do-lhc/